sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fique de bem com a vida


Nesta semana, quero voltar a um assunto: a importância de cultivar uma cabeça boa. Para isso, ensinarei um exercício muito simples. Com ele, você conseguirá, definitivamente, estabelecer um elo com o positivo. Desse modo, você poderá aumentar a possibilidade de alcançar a realização em qualquer aspecto da vida. Vamos lá?

Comece removendo os pensamentos negativos que costumam habitar a sua cabeça. Como se faz isso? Anotando tudo. Coloque no papel ideias fixas de impotência, aquelas previsões pessimistas de que algo não irá se concretizar, enfim, tudo aquilo que realmente incomoda você. Olhe fixamente para o que escreveu e deixe virem à tona possíveis sensações.

Sabe o que vai acontecer? Aos poucos, cenas do passado e imagens de algumas pessoas vão aparecer na sua mente, apontando de onde vem cada um desses pensamentos. Ou seja, você vai se dar conta de que eles são frutos de interpretações e julgamentos errados. Pronto! Uma vez detectada a origem deles, será muito mais fácil você se desprender e se libertar de todos eles. Mais do que isso, você terá a possibilidade de criar uma nova ideia, uma reflexão mais positiva acerca de si mesma, com pensamentos como “sou boa”, “sou capaz” e “mereço o melhor da vida”.

E então, já tentou? Para completar a atividade, convido você a fazer uma meditação de positividade. Procure um local tranqüilo dentro da sua casa, coloque uma música bem suave, da sua preferência, acalme os pensamentos e leia em voz alta o seguinte texto:

“Tudo está bem na minha vida. Todos os pensamentos agressivos que tenho com relação a mim e a outras pessoas estão se afrouxando. Não acredito em doença. Eu possuo a saúde como um estado natural e, neste instante, tomo posse da saúde. Eu acredito na vida fluindo facilmente e na realização de todos os meus desejos. Eu desejo a paz e, por isso, estou em paz. Eu desejo o amor e sinto o amor. Eu desejo prosperidade, eu sou próspera. Sou calma. Vejo tudo com mais facilidade. A cada dia que passa eu me sinto melhor. Sou feliz e mereço a felicidade, a fortuna e o progresso. Acredito no progresso da minha cidade, do meu país e do mundo. Agora eu sou luz viva, consciência e espírito. Eu sou força. Eu estou amorosamente protegida pelo sistema imunológico do meu corpo, das minhas emoções e da minha mente. Eu só atraio situações prazerosas para minha vida. Eu mereço alegria. Sou livre para cantar, dançar, rir, aprender e conviver. Eu gosto da vida. Eu me aceito como sou e aceito as pessoas exatamente como elas são. Cada vez mais eu entendo a mim e aos outros. Cada vez mais sei agir, principalmente com os outros. Não existe passado, não existem bloqueios. Existe somente paz. Eu estou totalmente em paz.”

Ao terminar o exercício, faça dez respirações profundas e agradeça ao Universo. Esteja certa de que ele anda de mãos dadas com o melhor, o sucesso e a realização. É isso aí, permita-se envolver com essa energia totalmente positiva. Aos poucos você irá desenvolver esse conhecimento e perceber que a ação divina estará sempre interferindo a seu favor.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pílulas da Sabedoria


Quero dar uma breve trégua para os temas que venho abordando, para compartilhar alguns pensamentos simples e singelos, mas poderosos. Ainda que pareçam meio óbvios, eles chamam atenção para condutas que todos nós devíamos incorporar nas nossas vidas.

Na correria do dia-a-dia, com as preocupações e o maldito estresse, nos deixamos levar pelas sensações momentâneas. Aí, esquecemos de refletir sobre as atitudes mais adequadas a tomar em cada situação. É natural.

Os pensamentos que trago a seguir nada mais são do que lembretes, para fazer de você uma pessoa melhor - não para os outros, mas para você mesma... A paz interior é simplesmente uma conseqüência. Aproveite!

Sonhe
Mas não deseje ser quem você não é. Isso é pesadelo.

Almeje
Mas não queira ter uma vida igual à de outra pessoa. Isso é morte.

Imagine
Mas não fantasie o que não pode ter. Isso é loucura.

Dispute
Mas não tente vencer aquilo que é considerado invencível. Isso é suicídio.

Fale
Mas não apenas de si mesma. Isso é egoísmo.

Apareça
Mas não se mostre com orgulho. Isso é exibicionismo.

Admire
Mas não se machuque com inveja. Isso é falta de autoconfiança.

Avalie
Mas não se coloque como um modelo de conduta. Isso é egocentrismo.

Alegre-se
Mas nada de exageros ou muito alarde. Isso é desequilíbrio.

Elogie
Mas não fique se desmanchando em bajulações. Isso é hipocrisia.

Observe
Mas não faça julgamentos. Isso é falta de amor-próprio.

Chore
Mas não se declare um ser infeliz. Isso é autopiedade.

Importe-se
Mas não cuide da vida do próximo. Isso é abandonar sua própria vida.

Ande
Mas não atravesse o caminho alheio. Isso é invasão.

Viva
Feliz com o que pode ter. Feliz com o que dá para ser. Isso é paz

terça-feira, 24 de maio de 2011

Abaixo a culpa!

Eu já expliquei que a paz interior poderá ser facilmente conquistada à medida que você ouvir a própria alma, der espaço para o seu bom senso, certo? Concordo que a tarefa não é das mais fáceis; trata-se de um grande desafio. Afinal, existem aquelas outras vozes (que eu chamo de amebas), fruto das pressões sociais, que ficam insistentemente, ao redor das nossas cabeças, dizendo o que a gente "tem que" fazer - "Você tem que ser organizada", "Você tem que estudar", "Você tem que ser tolerante".

Pois bem, a história vai mais longe. Quando desprezamos essas vozes, elas nos pressionam mais ainda, e acaba aparecendo um outro sentimento em nós mesmos: o da culpa. A culpa traz a dor, que é uma forma da alma nos mostrar que alguma coisa está errada. Assim, quando algo dói, é sinal de que precisamos tomar uma atitude para eliminar a causa. Infelizmente, aprendemos que sentir culpa é um bom modo de sanar o problema. Ou seja, você se desculpa e tudo bem. Mas não é bem assim. A culpa não é solução, mas é, na verdade, um sinal de que estamos agindo inadequadamente.

Para compreender melhor o que é culpa, tomemos o fato de você ter esquecido de telefonar para um amigo, por exemplo. Note agora que você está dividida em dois: um lado sério que lhe cobra determinados comportamentos (você deveria ter ligado) e um outro lado que é você na realidade, agindo de acordo com a sua capacidade de percepção das coisas no momento que agiu.
Se ficar do lado das cobranças, ou seja, da ameba do "tem que", ela vai pressioná-la e novamente a culpa aparecerá. Agora, faça uma experiência nova: fique do seu lado e procure perceber os verdadeiros motivos e sentimentos que a levaram a desobedecer às ordens. Seja corajosa e assuma-se. Diga a si mesma: "Eu sou o que sou". Diga-se: "Eu não telefonei, pois o que fazia naquela hora era mais importante", ou outra coisa que seja o real motivo. Ao assumirmos nossas verdades, anulamos o poder dado às amebas. Porém, se inventarmos desculpas e argumentos ludibriantes, fortaleceremos ainda mais o poder delas. Isso significa que temos medo delas, pois a consideramos invencíveis. Com essa atitude, estaríamos aumentando o seu poder sobre nós. Lembre-se: normalmente você fica do lado do seu cobrador e se machuca. Mas isso não a ensina a fazer as coisas certas.
Agora preste atenção: provavelmente notará um grande alívio ao ficar do próprio lado. Você se sentirá leve, já que estará trabalhando com a sua verdade, o que aconteceu na real. Não importa o que dizem a seu respeito. Com o tempo, se sentirá ainda mais corajosa para ser autêntica com as pessoas. Pare de pedir desculpas. Comece a se assumir como você é. O respeito por si, com certeza, a levará a aperfeiçoar suas habilidades sem sofrimento.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Seja muito feliz em qualquer idade

Onde é que foi parar aquele seu espírito jovem, que sempre topava mil e uma, ria de tudo e de todos e driblava qualquer problema de cabeça fria?

Existem pessoas que nos impressionam pelo grau de conservação. O que poucos entendem é que o segredo de tamanha jovialidade está na maneira como conduzem as próprias vidas. Ou seja, elas mantêm um comportamento centrado no hoje, desprezam o ontem e o amanhã e têm a posse de si. Posse de si nada mais é do que a capacidade de não ter marcas – é a facilidade de digerir o que nos acontece. É exercer o desapego. Deixar ir embora o que passou tira o peso da gente, peso esse que vai marcando e fazendo cicatrizes. Envelhecendo. À medida que dissolve essas lembranças, você se regenera e esse processo começa a aparecer no seu corpo.

Muito cuidado, portanto, com a arrogância, pois ela é perigosíssima dentro desse contexto. O arrogante não aceita uma situação e fica preso a ela, além de se queixar anos a fio. Para que segurar essas coisas? Para deixar nosso caminho mais pesado e desgastante? O que passou, passou! Já aprendemos o que tínhamos que aprender. A vida já nos mostrou o que tinha que ser mostrado. Não estou dizendo para ser conformada. Mas, diante de uma situação, faça a sua parte. Se não obtiver resultado, vire a página e caminhe para a frente. Acabou!

É claro que todo mundo já passou por dificuldades e dramas, mas são coisas que estão no nosso viver, que fazem parte das nossas experiências. O grande diferencial é a maneira como uma pessoa reage a tais situações. Enfim, como você lidou até então, como vai lidar daqui pra frente e até melhorar tal situação é o que vai determinar o seu grau de juventude.

Outro grande erro é idealizar. Nossa cabeça idealiza tudo: como deveria ser a vida afetiva, o próprio corpo, como deveria ter agido em determinada situação, como as pessoas deveriam ser... Enfim, é uma lista de aspirações que não acaba mais. E, quando a realidade não se apresenta de acordo com aquilo que se imaginou, vem a revolta e, por conseqüência, a marca dessa luta. Olha lá, hein? Esse é o veneno que a corrói e a deixa uma velha podre! Isso mesmo, podre!!! Porque haverá perdas na sua aparência, na saúde, na mente e nas suas capacidades mentais. A postura do espírito da juventude é aceitação e leveza com as coisas.

Pois, então, onde está aquele seu espírito jovem? Aquele que topava mil e uma, ria de tudo e de todos e driblava, de cabeça fria, os problemas que se apresentavam? Eu sei, gente, muita coisa muda. Você casa, tem filhos e acumula responsabilidades. Mas também não precisa entrar nesse dramalhão, nesse enfoque de vida rígido que consome não só o seu prazer de viver, como o seu poder de regeneração, deixando-a velha, feia e impotente. Vamos desmaterializar essa velha que existe aí dentro! Recomeçar é fundamental. Recomece HOJE!

Dê a você novas oportunidades. A chance de uma vida nova, de tentar ser uma outra pessoa. Abra-se para a renovação. Você vai ver que até o seu gosto vai mudar: sua maneira de se vestir, a escolha de novos amigos, preferências musicais e gastronômicas... Tudo! Se você quer “acontecer”, tire essa velha de dentro de si. A partir daí, vem a restauração das suas glândulas, dos seus hormônios, da sua constituição física. Porque tudo isso depende do seu astral. Vamos buscar, vamos alimentar nossa curiosidade e descobrir coisas novas. É disso que o espírito precisa, para se realizar e ser feliz!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

O destino está nas suas mãos


É isso mesmo, leitora: o destino está nas suas mãos. Temos uma visão que nos coloca sempre como vítimas da nossa vida. Vítimas da genética ou, como dizem os psicólogos, da influência dos pais, da educação. Essas influências existem e até certo ponto são importantes, mas não são determinantes do nosso destino. Somos seres eternos. Viemos nos constituindo a partir de muitas experiências, trazendo bagagem e conhecimento. Na verdade, nós influenciamos nossa genética, nosso meio. Ou podemos ser influenciados, dependendo da maturidade de cada um. Uma pessoa menos experiente, por exemplo, se deixa influenciar mais.

Ignorantes ou não, todos têm o poder. O que você não pode perder de vista é que não importa a vida que teve no passado. Todos temos o poder de decidir. A gente está sempre escolhendo. Agora mesmo, você está optando entre prestar atenção na minha coluna ou dar vazão aos pensamentos que passam pela sua cabeça.

Precisamos entender, também, que 10% desse nosso controle está nas mãos do "eu" consciente. Os 90% restantes são controlados por outro centro que a gente conhece como alma, como si mesmo. Esse centro coordena a vida de todo o seu corpo - físico, mental, espiritual etc. Religiosamente, dizem que é o Deus interior.

E a alma não controla somente o que está dentro da gente; ela rege tudo o que está ao seu redor. Está ligada ao cosmo. Por ser vasta, a alma tem poderes ilimitados e pode lhe dar tudo. No entanto, fomos educados ouvindo a história de a vida ser dura, conquistar o que se quer com muito esforço. Por educação ou por conceitos religiosos, tudo é difícil. Alma não, gente. Alma quer tudo de bom da maneira mais fácil.

Preste atenção: hoje, o conceito do grande homem é uma fantasia e está atrapalhando o que a alma quer fazer por nós. Na verdade, o homem vive no inferno, cheio de medos e na paranóia do que pode acontecer. Os pensamentos ruins são incontáveis. Isso significa que ele não tem a menor confiança nos 90%. Coragem vem da alma. Vontade vem da alma. E a gente não a escuta!

A natureza nos deu a alma para que possamos saber o que fazer. Ela nos orienta por dentro. O raciocínio é importante, mas não é tudo. Não é ele que dirige, que faz a sua vida funcionar. A alma procura outros meios para falar o que está certo. Você pensa que as pessoas à sua volta estão lá por acaso? É para você enxergar algumas coisas.

Se, no momento, estiver passando por maus bocados, mais pra frente dará certo. Situações difíceis pelas quais a gente passa são lições da alma. Ela está tentando fazer com que mudemos algumas coisas para levar adiante e tomar novos passos. E como ficar do lado da alma? Como ouvi-la e atendê-la? O que fazer para a alma fazer o seu trabalho?

Sendo você mesma. Confie no próprio taco, não faça tipo para agradar ninguém, não dê ouvidos aos outros, faça o que gosta. Quem está bem consigo, se realiza. Quando você se põe confiando, se dando, a abundância surge. O sucesso será apenas uma conseqüência...

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ao melhor de todos - final


O desespero de Anne


Recebo finalmente meu primeiro prêmio literário no exterior – mais precisamente, na França. Acontece que, no dia da entrega, estarei em Los Angeles por causa de compromissos assumidos anteriormente. Anne Carriére, minha editora, fica desesperada. Fala com os editores americanos, que se recusam a abrir mão das minhas conferências já programadas.
A data do prêmio chegando, e o premiado não poderá ir; o que fazer? Anne, sem me consultar, liga para Jorge Amado e explica a situação. Na mesma hora, Jorge se oferece para me representar na entrega do prêmio.
E não se limita a isso: telefona para o embaixador brasileiro e o convida, faz um lindo discurso, deixa todos os presentes emocionados.

O mais curioso de tudo isto, é que eu só iria conhecer Jorge Amado pessoalmente quase um ano depois da entrega do prêmio. Mas sua alma, ah, essa eu aprendera a admirar como eu admiro seus livros: um escritor famoso que jamais despreza os principiantes, um brasileiro que fica contente com o sucesso de seus conterrâneos, um ser humano sempre pronto a ajudar quando lhe pedem algo.
Obrigado, Jorge. Que o mundo cada vez conheça melhor seu trabalho, porque ele foi escrito com o talento de um gênio - por um homem de bem.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Ao melhor de todos - parte 2

O recorte no envelope


As palavras de Christina não podiam ser mais acertadas: o coração puro. E Jorge, o escritor brasileiro mais conhecido no exterior, era (e é) a grande referência do que acontecia em nossa literatura.
Um belo dia, porém, “O Alquimista”, escrito por outro brasileiro, entra na lista dos mais vendidos da França, e em poucas semanas chega ao primeiro lugar.
Dias depois, recebo pelo correio um recorte da lista, junto com uma carta afetuosa sua, me cumprimentando pelo feito. Jamais entraria, no coracão puro de Jorge Amado, sentimentos como o ciúme.
Alguns jornalistas – brasileiros e estrangeiros - começam a provoca-lo, fazendo perguntas maldosas. Jorge, em nenhum instante, se deixa levar pelo lado fácil da crítica destrutiva, e passa a ser meu defensor em um momento difícil para mim, ja que a maior parte dos comentários sobre meu trabalho era muito dura.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ao melhor de todos - parte 1


Av. Copacabana

Eu tinha editado, com meus próprios recursos, um livro chamado “Os Arquivos do Inferno” (do qual muito me orgulho, e se não está atualmente nas livrarias é unicamente porque ainda não me atrevi a fazer uma revisão completa do mesmo). Todos nós sabemos o quanto é difícil publicar um trabalho, mas existe algo ainda mais complicado: fazer com que ele seja colocado nas livrarias. Todas as semanas minha mulher ia visitar os livreiros em um lado da cidade, e eu ia para outra região fazer a mesma coisa.
Foi assim que, com exemplares de meu livro debaixo do braço, ela ia atravessando a Av. Copacabana, e eis que Jorge Amado e Zélia Gattai estão do outro lado da calçada! Sem pensar muito, ela os abordou e disse que o marido era escritor. Jorge e Zélia (que provavelmente deviam escutar isso todos os dias) a trataram com o maior carinho, convidaram para um café, pediram um exemplar, e terminaram desejando que tudo corresse bem com minha carreira literária.
“Você é louca!” eu disse, quando ela voltou para casa. “Não vê que ele é o mais importante escritor brasileiro? “
“Justamente por isso”, respondeu ela. “Quem chega onde ele chegou, precisa ter o coração puro.”

sábado, 14 de maio de 2011

Um conto de fadas


Maria Emilia Voss, uma peregrina de Santiago, conta a seguinte história:

Por volta do ano 250 a.C., na China antiga, um certo príncipe da região de Thing-Zda estava às vésperas de ser coroado imperador; antes, porém, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Como se tratava de escolher a futura imperatriz, o príncipe precisava encontrar uma moça em quem pudesse confiar cegamente. Aconselhado por um sábio, ele resolveu convocar todas as jovens da região, para encontrar aquela que fosse a mais digna. M
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos para a audiência, sentiu uma grande tristeza - pois sua filha alimentava um amor secreto pelo príncipe.
Ao chegar em casa e relatar o fato à jovem, espantou-se ao ouvir que ela também pretendia comparecer
A senhora ficou desesperada:
- Minha filha, o que você fará lá? Estarão presentes apenas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta ideia insensata da cabeça! Eu sei que você deve estar sofrendo, mas não transforme o sofrimento em uma loucura!
E a filha respondeu:
- Querida mãe, não estou sofrendo e muito menos fiquei louca; sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, isto já me torna feliz – mesmo sabendo que meu destino é outro.
À noite, quando a jovem chegou ao palácio, lá estavam efetivamente todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, as mais belas jóias, e dispostas a lutar de qualquer jeito pela oportunidade que lhes era oferecida.
Cercado de sua corte, o príncipe anunciou o desafio:
- Darei para cada uma de vocês uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a flor mais linda, será a futura imperatriz da China.


A moça pegou a sua semente, plantou-a num vaso, e como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava terra com muita paciência e ternura - pois pensava que, se a beleza das flores surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado.


Passaram-se três meses e nada brotou. A jovem tentou um pouco de tudo, falou com lavradores e camponeses – que ensinaram os mais variados métodos de cultivo – mas não conseguiu nenhum deu resultado. A cada dia sentia-se mais longe o seu sonho, embora o seu amor continuasse tão vivo como antes.
Por fim, os seis meses se esgotaram, e nada nasceu em seu vaso. Mesmo sabendo que nada tinha para mostrar, estava consciente de seu esforço e dedicação durante todo aquele tempo, de modo que comunicou a sua mãe que retornaria ao palácio, na data e hora combinadas. Secretamente, sabia que este seria seu último encontro com o bem-amado, e não pretendia perde-lo por nada neste mundo.
Chegou o dia da nova audiência. A moça apareceu com seu vaso sem planta, e viu que todas as outras pretendentes tinham conseguido bons resultados: cada uma tinha uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas formas e cores.
Finalmente vem o momento esperado: o príncipe entra e observa cada uma das pretendentes com muito cuidado e atenção. Após passar por todas, ele anuncia o resultado - e indica a filha de sua serva como sua nova esposa.
Todos os presentes começam a reclamar, dizendo que ele escolheu justamente aquela que não tinha conseguido cultivar nenhuma planta.
Foi então que, calmamente, o príncipe esclareceu a razão do seu desafio:
- Esta foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: a flor da honestidade. Todas as sementes que entreguei eram estéreis, e não podiam nascer de jeito nenhum.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Do mercado

O filósofo Sócrates, que provocou uma verdadeira revolução no pensamento humano (e por causa disto acabou condenado à morte), era sempre visto passeando pelo mercado principal da cidade.

Certo dia, um dos seus discípulos perguntou:

“Mestre, aprendemos com o senhor que todo sábio leva uma vida simples. O senhor não tem nem mesmo um par de sapatos?”.

“Correto”, respondeu Sócrates.

O discípulo continuou: “entretanto, todos os dias o vemos no mercado principal, admirando as mercadorias. Será que podíamos juntar dinheiro para que possa comprar algo?”

“Tenho tudo que desejo”, respondeu Sócrates. “Mas adoro ir ao mercado, para descobrir que continuo completamente feliz sem aquele amontoado de coisas!”

terça-feira, 10 de maio de 2011

Santo Agostinho e a lógica

Deus fala conosco através de sinais. É uma linguagem individual, que requer fé e disciplina para ser totalmente absorvida.
Santo Agostinho foi convertido desta maneira. Durante anos procurou, em várias correntes filosóficas, uma resposta para o sentido da vida. Certa tarde, no jardim de sua casa em Milão, refletia sobre o fracasso de toda a sua busca. Neste momento, escutou uma criança na rua, cantando: “Pega e lê! Pega e lê!”
Apesar de sempre ter sido governado pela lógica, resolveu - num impulso - abrir o primeiro livro ao seu alcance. Era a Bíblia, e ele leu um trecho de São Paulo - com as respostas que procurava.
A partir daí, a lógica de Agostinho abriu espaço para que a fé também pudesse participar, e ele se transformou num dos maiores teólogos da Igreja.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Domine a vaidade


Quero hoje falar sobre ilusão, pois é impressionante como ela compromete, em vários setores e aspectos, a vida e a felicidade das pessoas. Eu já havia falado que ilusão é o uso negativo da fantasia. E que toda desilusão é fruto da ilusão. Ou seja, o indivíduo idealiza modelos e determinadas situações e, quando se depara com a realidade, entra em crise. Todo mundo costuma dizer que a realidade é cruel, mas na verdade é a ilusão que machuca.

A ilusão mais popular, mais comum, é a vaidade. A pessoa que é vaidosa precisa da aprovação dos outros. Aliás, ela espera tudo a que tem direito: reconhecimento, valorização, respeito, admiração, amor. Como não consegue, finge e incorpora um personagem que nada tem a ver com a sua maneira de ser. Sua reputação está em jogo, ela não pode ser malfalada. Ao contrário, precisa ser aplaudida. E veja bem: todo mundo é vaidoso! "Eu 'tenho que'... para os outros me..." Isso é terrível! A gente faz um tipo para obter das pessoas o que quer. Sinceridade, nem pensar! "Imagine, se eu for natural, sincero, o outro pode me rejeitar e dar o contrário do que eu quero."

Mas, por que as pessoas são vaidosas? Por que elas se submetem a esse tipo de situação? Pode observar: o que todo vaidoso faz é buscar alguma coisa para se realizar, para se sentir bem. Geralmente, o que ele procura é exatamente aquilo que não teve durante a trajetória da sua vida. Respeito, por exemplo.
Dessa forma, ele vai fazer um gênero qualquer para obter o tão almejado respeito. Ou seja, ele se esconde atrás de um personagem e toda a sua espontaneidade vai por água abaixo. No fundo, ele faz isso para se proteger, mas acaba se sufocando, se sentindo pequeno e ficando totalmente dependente do outro.

Na prática, ele até consegue enganar as pessoas e, como no exemplo anterior, pode até conseguir o respeito. Mas, lhe pergunto: o respeito do outro preenche a alma dele? Eu lhe garanto que não! A ilusão do vaidoso é acreditar que, incorporando um 'jeito de ser', ele conseguirá o que tanto busca no outro. Daí ele se sentirá maravilhoso. Tudo bobagem! O 'eu interior' não se realiza, somente o que vem de dentro da gente nos satisfaz, nos faz sentir plenos.
"Se eu me amo, estou preenchido." "Se me considero, me sinto preenchido." "Se me aceito, me sinto preenchido."

O do outro não preenche, gente! Pode até ser legal, num primeiro momento, mas a realização depende de si mesmo. Como aquela garota que arruma um namorado para não se sentir sozinha e, de repente, ela se pega numa solidão com o parceiro do lado. Ou como o filho que optou pela advocacia com a intenção de ganhar a aprovação do pai, mas não tem nada a ver com ele.
Gente, o que é nosso é o verdadeiro. O dos outros não é importante. A vaidade aniquila, pois ela não passa de uma ilusão. Você se mata por aquilo e mesmo assim vive infeliz, pois aquilo não o preenche. Volto a dizer: vaidade não é defeito, é ilusão. A gente herda tudo isso dos pais, da sociedade. Quando você conseguir se libertar dessa herança, vai poder viver toda a sua autenticidade e entrar em contato com a sua alma, numa vida cheia de beleza e harmonia.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Bateu um certo desespero? Calma!

É impressionante como um grande número de pessoas se encontra na seguinte situação: em desespero. É o seu caso? Você está aflita? Se sente vulnerável? Provavelmente você está insegura porque tinha ilusões de enxergar a felicidade de um jeito que não deu certo. Quando percebeu que estava perdendo o controle da situação, começou a ficar desesperada. Os motivos são o mais diversos possível. Não conseguir cumprir aquilo que tanto desejou, não dar conta do recado de realizar os planos no amor, na carreira e na vida em geral. Você pode até chorar, desabafar um pouco e aliviar as tensões, mas o que deve fazer é nada mais, nada menos, do que confrontar a sua atual realidade. E, para tanto, você precisa de CALMA.

Pois é, leitora, não é com a cabeça cheia de ideias malucas que você conseguirá recuperar o controle. O primeiro passo, portanto, é respirar fundo e se soltar. Vamos lá, cabeça fresca! E, depois, você não vai se permitir ficar sofrendo à exaustão, não é mesmo? Você se gosta, lembra-se? Diga para si mesma: "Que se dane tudo! Não vou sofrer, porque sou uma pessoa inteligente. Vou encontrar uma solução, sem opressão ou confusão". Vamos lá, repita essa frase e não deixe as emoções dominarem sua mente.

Você está cansada, né? Geralmente, quando a gente entra em desespero, é porque as coisas já vêm nos atormentando há um bom tempo. Então, largue um pouco esse monte de problemas e se espreguice! Espreguice seus ombros, as pernas e os braços como se estivesse se livrando de todo esse tormento. Recuse-se a sofrer. Solte-se desse drama. Agora se sente melhor? Eu sei que você ainda não resolveu aquela situação. Aliás, você já reparou que tem sempre aquela voz interna dizendo: "Resolva, resolva, resolva... Tenho que fazer... Não posso ter feito o que fiz... Que horror... O que vai acontecer?" Enfim, essas formas de pensamentos (essas amebas!) insistem em dirigir nossas vidas. Então, dê um berro no interior da sua cabeça e ordene para que elas se calem. Seja dura e firme. Você não é obrigada a fazer nada que não queira, certo? E agora, melhorou? Ao menos um pouco, tenho certeza que sim. É, minha gente, quando adotamos pulsos fortes no nosso mundo interior, os desconfortos se amenizam.

E os outros? Como você dá importância a eles, não? Para quê? Não há ninguém que vá segurar sua barra, além de você mesma. Se você não gosta e não quer tal coisa, imponha-se, sem se preo­cupar ou ficar desesperada com o que os outros vão achar ou falar. E nada de se condenar também! Não sei por que a gente tem essa mania. Por não ser boa o suficiente? Por não se sentir maravilhosa? Por não ser aquela supermulher? Mas você não precisa ser magnífica, basta ser humana. Basta ser você. Tenha vergonha na cara e deixe de dar importância para essas bobagens que são as opiniões dos outros. Mande embora esse maravilhoso juiz que insiste em condená-la e reforce pra si mesma: "Eu sou o que sou. Fiz o que fiz. E, o que vier, eu banco e encaro". Experimente! Encare tudo com o espírito mais leve, sem drama e sem culpa, porque isso tudo só a assusta. Saia dessa, leitora, porque o susto que leva ao medo só nos faz pequenos e travados, sem saber por qual caminho seguir. Largue esse medo e enfrente a situação, seja ela qual for. De cabeça fria, você vai fazer o seu melhor. E, claro, vai dar a volta por cima."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O sentido da verdade

Em nome da verdade, a raça humana cometeu seus piores crimes. Homens e mulheres foram queimados. A cultura de civilizações inteiras foi destruída. Os que procuravam um caminho diferente eram marginalizados.
Um deles, em nome da “verdade”, terminou crucificado. Mas - antes de morrer - deixou a grande definição da Verdade.
Não é o que nos dá certezas.
Não é o que nos dá profundidade.
Não é o que nos faz melhor que os outros.
Não é o que nos mantém na prisão dos preconceitos.
A verdade é o que nos dá a liberdade. “Conhecereis a Verdade, e a verdade vos libertará”, disse Jesus.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

De árvores e cidades

No deserto de Mojave, é frequente encontramos as famosas cidades-fantasmas: construídas perto de minas de ouro; eram abandonadas quando todo o produto da terra tinha sido extraído. Haviam cumprindo seu papel, e não tinha mais sentido continuar sendo habitadas.
Quando passeamos por uma floresta, também vemos árvores que - uma vez cumprido seu papel, terminaram caindo. Mas, diferente das cidades-fantasmas, o que aconteceu? Abriram espaço para que a luz penetrasse, fertilizaram o solo, e tem seus troncos cobertos de vegetação nova.
As nossa velhice vai depender da maneira que vivemos. Podemos terminar como uma cidade - fantasma. Ou então como uma generosa árvore, que continua a ser importante, mesmo depois de caída por terra.