sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como aprende a girafa

Minha geração foi (bem) alimentada com as biografias escritas por Irving Stone, retratando homens como Michelangelo, Van Gogh ou Charles Darwin. Quando lhe perguntaram se havia algum traço que unisse estas pessoas, Stone respondeu:
“ A maioria deles foi atacada, derrotada, insultada, e por muitos anos não chegou a lugar nenhum. Entretanto, cada vez que caíam por terra, tinham capacidade de recuperar-se e tentar de novo. Os grandes gênios são aqueles que nunca deram ao inimigo o poder de destruí-los.”
O comentário de Stone fez um amigo meu lembrar-se de “A View from the Zoo”, um interessantíssimo livro onde Gary Richmond traça paralelos entre o comportamento animal e humano. Em uma de suas mais agudas observações, está a descrição do processo de nascimento de uma girafa.
Para começar, o bebê despenca de uma considerável altura, batendo com toda força no solo. A mãe, com seu longo pescoço, move-se um pouco para o lado, e vê que a cria se debate para colocar-se de pé. Imediatamente, ela estende sua longa pata, e dá um chute não muito delicado, de modo que a girafinha termina rolando sobre si mesma. Vários chutes são dados, até que, já cansada, a recém-nascida consegue finalmente levantar-se, de modo a fugir daquele comportamento agressivo.
Neste momento, ao invés de ficar orgulhosa, a mãe tem uma atitude estranha: de novo chuta a sua cria, que cai e torna a levantar-se mais depressa.
Por que? Ela quer que a girafinha aprenda rápido que irá viver em um mundo cheio de leões, hienas, leopardos, caçadores.
Se não aprende logo a levantar-se quando cai, jamais irá poder desfrutar a vida que tem pela frente.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Guia de viagem



Viajando de maneira diferente

Desde de muito jovem descobri que a viagem era, para mim, a melhor maneira de aprender. Continuo até hoje com esta alma de peregrino, e decidi relatar nesta coluna algumas das lições que aprendi, esperando que possam ser úteis a outros peregrinos como eu.

1] Evite os museus.

O conselho pode parecer absudo, mas vamos refletir um pouco juntos: se voce está numa cidade estrangeira, não é muito mais interessante ir em busca do presente que do passado? Acontece que as pessoas sentem-se obrigadas a ir a museus, porque aprenderam desde pequeninas que viajar é buscar este tipo de cultura. É claro que museus são importantes, mas exigem tempo e objetividade – você precisa saber o que deseja ver ali, ou vai sair com a impressão de que viu uma porção de coisas fundamentais para a sua vida, mas não se lembra quais são.

2] Frequente os bares.

Ali, ao contrário dos museus, a vida da cidade se manifesta. Bares não são discotecas, mas lugares onde o povo vai, toma algo, pensa no tempo, e está sempre disposto a uma conversa. Compre um jornal e deixe-se ficar contemplando o entra-e-sai. Se alguém puxar assunto, por mais bobo que seja, engate a conversa: não se pode julgar a beleza de um caminho olhando apenas sua porta.

3] Esteja disponível.
O melhor guia de turismo é alguém que mora no lugar, conhece tudo, tem orgulho de sua cidade, mas não trabalha em uma agência. Saia pela rua, escolha a pessoa com quem deseja conversar, e peça informações (onde fica tal catedral? Onde estão os Correios?) Se não der resultado, tente outra – garanto que no final do dia irá encontrar uma excelente companhia.

4] Procure viajar sózinho, ou – ser for casado – com seu conjuge.
Vai dar mais trabalho, ninguém vai estar cuidando de você(s), mas só desta maneira poderá realmente sair do seu país. As viagens em grupo são uma maneira disfarçada de estar numa terra estrangeira, mas falando a sua língua natal, obedecendo o que manda o chefe do rebanho, preocupando-se mais com as fofocas do grupo do que com o lugar que se está visitando.

5] Não compare.
Não compare nada - nem preços, nem limpeza, nem qualidade de vida, nem meio de transportes, nada! Você não está viajando para provar que vive melhor que os outros – sua procura, na verdade, é saber como os outros vivem, o que podem ensinar, como se enfrentam com a realidade e com o extraordinário da vida.

6] Entenda que todo mundo lhe entende.
Mesmo que não fale a língua, não tenha medo: já estive em muitos lugares onde não havia maneira de me comunicar através de palavras, e terminei sempre encontrando apoio, orientação, sugestões importantes, e até mesmo namoradas. Algumas pessoas acham que, se viajarem sózinhas, vão sair na rua e se perder para sempre. Basta ter o cartão do hotel no bolso, e – numa situação extrema – tomar um táxi e mostrá-lo ao motorista.

7] Não compre muito.
Gaste seu dinheiro com coisas que não vai precisar carregar: boas peças de teatro, restaurantes, passeios. Hoje em dia, com o mercado global e a Internet, você pode ter tudo sem precisar pagar excesso de peso.

8] Não tente ver o mundo em um mês.
Mais vale ficar numa cidade quatro a cinco dias, que visitar cinco cidades em uma semana. Uma cidade é uma mulher caprichosa, precisa de tempo para ser seduzida e mostrar-se completamente.

9] Uma viagem é uma aventura.
Henry Miller dizia que é muito mais importante descobrir uma igreja que ninguém ouviu falar, que ir a Roma e sentir-se obrigado a visitar a Capela Sixtina, com duzentos mil turistas gritando nos seus ouvidos. Vá à capela Sixtina, mas deixe-se perder pelas ruas, andar pelos becos, sentir a liberdade de estar procurando algo que não sabe o que é, mas que – com toda certeza – irá encontrar e mudará a sua vida.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Escute a sua alma e seja mais feliz


Chegou a hora de arregaçar as mangas e encurtar, de uma vez por todas, o nosso caminho para a tão almejada felicidade. Você já percebeu que todo mundo vive às voltas com problemas e mais problemas? Pois é, todos esses desafios que se apresentam estão sempre testando os nossos limites. Por quê? Na verdade, essa é uma maneira que a natureza tem de fazer você ouvir a sua alma.

É isso mesmo, gente. Diante de todas as dificuldades, é muito importante parar para escutar a vida que existe em cada um de nós. Como se faz isso? Sentindo a situação e perguntando: “O que a minha alma quer de mim?” Peça para ver, apele para a visão: “Eu quero saber onde estou falhando comigo mesma”. Jamais se desligue daquilo que o seu espírito quer. Ninguém, absolutamente ninguém no mundo, sofre sem necessidade.

Todas as experiências pelas quais passamos são educativas e, no final das contas, elas dão somente bons resultados para o divino. Os desconfortos pelos quais passamos são sempre as últimas opções que o nosso espírito escolheu para fazer a gente aprender determinadas coisas. Ele até tentou outras opções mais simples, mas talvez elas não tenham dado certo. Ou seja, os problemas aparecem para que adotemos novas posturas na vida.

Uma boa estratégia para fazer valer a própria alma? Seja simplesmente você mesma. Confie no seu próprio taco, não faça tipos para agradar os outros, não dê ouvidos ao que dizem. Imponha suas vontades e domine, sobretudo, as falsas sensações.

Elimine, por exemplo, o sentimentalismo barato, pois ele não agrega nada à sua vida, não constrói. Às vezes a gente ajuda uma pessoa por causa de terríveis pensamentos que ficam atordoando nossas cabeças, dizendo o que a gente tem que fazer, que rumo devemos seguir. Isso está errado! Ajudar as pessoas, sim, desde que haja uma vontade natural. Mas nada de forçar a barra. Parece que devemos sempre dar satisfações para as outras pessoas. Pode parar com isso, hein?

A piedade é outro exemplo de sentimentalismo. Doar não é o caso. O que deve ser apoiado é o esforço individual, isso sim! A promoção humana é saudável, pois você ajuda alguém que se esforça para crescer. É muito melhor você dar recursos para alguém conseguir o próprio pão, em vez de dar o pão prontinho para comer. Assistencialismo não alimenta a evolução!

A ânsia da vontade existe e é maravilhosa. Você pode até começar a falar “coitadinho”, “tenho pena”, e sentir essas coisas horrorosas, mas isso é sentimentalismo. Combata-o com tranquilidade, pois ele pertence a um mundo de fantasias. Seja verdadeira com as suas vontades e, caso não queira ajudar alguém, não tenha receio do que os outros possam pensar a seu respeito.

Seja honesta com a sua alma, com o que você realmente deseja. Se você faz o que não sente, não está sendo sincera. Dê espaço aos seus anseios e seja verdadeiramente autêntica consigo mesma! Faça apenas o que gosta. É isso mesmo! Seja madura e, acima de tudo, se assuma. Quem não está bem consigo não vai para frente. Quem está do próprio lado se realiza. Quando você adota essa postura, a abundância surge em sua vida. O sucesso? Será apenas uma consequência!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

A cura pelo pensamento

Aprenda a espantar os pensamentos negativos que roubam a energia e fazem o corpo adoecer e sofrer

Nesta edição vou relacionar para você, leitora, algumas doenças muito comuns que costumam enfraquecer nosso organismo. O mais importante de tudo isso, no entanto, é saber que a causa delas, na maioria das vezes, tem fundo emocional. Ou seja, elas são resultado de condutas inadequadas que tomamos na vida, fruto dos maléficos pensamentos-padrão negativos, que, obviamente, temos de nos livrar.

Na lista a seguir, você encontrará o tipo de doença, sua respectiva causa e um pensamento-padrão positivo para vibrar em voz alta, o máximo de vezes que conseguir durante o dia. Acredite e fale com fé, pois, certamente, ele promoverá a sua cura. Vamos lá?

Doença - Amigdalite
Causa - Emoções reprimidas; medo; raiva reprimida
Cura - Nada impede o bom de mim. Eu permito a liberdade de expressão das ideias divinas, que fluem e ganham significado na minha vida

Doença - Anemia
Causa - Falta de prazer; desinteresse pela vida
Cura - Meu mundo é cheio de alegria e estou interessada em tudo

Doença - Apendicite
Causa - Medo da vida; bloqueio do fluxo das sensações
Cura - Alegria! Eu relaxo e deixo minhas sensações fluírem

Doença - Arteriosclerose
Causa - Resistência; tensão; abertura mental estreita
Cura - Eu estou completamente aberta para a vida. A vida é bela!

Doença - Artrite
Causa - Amargura; ressentimento; crítica; sentimentos de desamor
Cura - Amor e perdão! Eu deixo os outros serem eles mesmos. E eu sou livre

Doença - Asma
Causa - Supersensibilidade; amor sufocado; supressão do choro; sentimentos abafados
Cura - Eu sou livre! Eu me encarrego da minha própria vida. Eu posso expressar meus sentimentos como eles são

Doença - Bronquite
Causa - Ambiente familiar conturbado
Cura - Paz, paz, paz! Ninguém consegue me irritar

Doença - Câimbras
Causa - Tensão; opressão
Cura - Eu relaxo e deixo a vida acontecer

Doença - Câncer
Causa - Profundos segredos; aflições corroendo o eu; retenção longa dos ressentimentos; ferimento profundo
Cura - Não existem segredos. Eu deixo que o passado se vá. Meu presente será preenchido com alegria

Doença - Colesterol alto
Causa - Medo de aceitar o prazer
Cura - O prazer é normal. Meus canais estão largamente abertos. Eu amo a vida

Doença - Dores nas costas
Causa - Falta de amparo emocional; retenção de pensamentos de um amor passado; falta de amparo econômico; medo do dinheiro
Cura - A vida por si me suporta. Eu confio no universo, eu divinamente dou amor e confiança

Doença - Problemas na bexiga
Causa - Ansiedade; resistência a novas ideias
Cura - Eu abandono o passado, despreocupo-me com o futuro. Eu aceito o que é novo agora

Doença - Problemas na boca
Causa - Incapacidade de absorver ideias. Fixação de opiniões; mente fechada
Cura - Eu dou boas-vindas às ideias e conceitos novos

Doença - Problemas do coração
Causa - Distúrbios emocionais; falta de prazer; rejeição da vida; crença nas pressões e no esforço
Cura - Alegria, alegria, alegria! Amor e paz! Eu prazerosamente aceito tudo na vida

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O sabor de perder

Nasrudin viu um homem sentado na beira de uma estrada, com ar de completa desolação.
- O que o preocupa? – quis saber.
- Meu irmão, não existe nada interessante na minha vida. Eu tenho dinheiro suficiente para não precisar trabalhar, e estava viajando para ver se havia alguma coisa curiosa no mundo. Entretanto, todas as pessoas que encontrei nada tem de novo para me dizer, e só conseguem aumentar meu tédio.
Na mesma hora, Nasrudin agarrou a mala do homem, e saiu correndo pela estrada. Como conhecia a região, rapidamente conseguiu distanciar-se dele, pegando atalhos pelos campos e colinas.
Quando se distanciou bastante, colocou de novo a mala no meio da estrada por onde o viajante iria passar, e escondeu-se por detras de uma rocha. Meia hora depois o homem apareceu, sentindo-se mais miserável que nunca, por causa do ladrão que encontrara.
Assim que viu a mala, correu até ela e abriu-a, ofegante. Ao ver que seu conteúdo estava intacto, olhou para o céu cheio de alegria, e agradeceu ao Senhor pela vida.
“Certas pessoas só entendem o sabor da felicidade, quando conseguem perde-la”, pensou Nasrudin, olhando a cena.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Das coisas visíveis e invisíveis

Certa vez perguntaram ao escultor Michelangelo como fazia para criar obras tão magníficas.
“É muito simples”, respondeu Michelangelo. “Quando olho um bloco de mármore, vejo a escultura dentro. Tudo que tenho que fazer é retirar as aparas”.
No fundo, a vida é a arte de ver além das aparências. A obra de arte de nossa existência está, muitas vezes, coberta por anos de medos, culpas, indecisões. Mas se nós decidirmos tirar estas aparas, se não duvidamos de nossa capacidade, seremos capazes de levar adiante a missão que nos foi destinada.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Porque deixar o homem para o sexto dia

Um grupo de sábios reuniu-se num castelo em Akbar, para discutir a obra de Deus; queriam saber por que havia deixado para criar o homem no sexto dia.
- Ele pensava em organizar bem o Universo, de modo que pudessemos ter todas as maravilhas a nossa disposição - disse um.
- Ele quis primeiro fazer alguns testes com animais, de modo a não cometer os mesmos erros conosco - argumentou outro.
Um sábio judeu apareceu para o encontro. O tema da discussão lhe foi comunicado: “na sua opinião, por que Deus deixou para criar o homem no último dia? “
- Muito simples - comentou o sábio. - Para que, quando fossemos tocados pelo orgulho, pudessemos refletir: até mesmo um simples mosquito teve prioridade no trabalho Divino.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Do guerreiro

O guerreiro da luz escuta comentários do tipo: “eu não quero falar certas coisas, porque as pessoas são invejosas”.

Ao ouvir isto, o guerreiro ri. Seu mestre já lhe ensinou que a inveja não pode causar nenhum dano – se não for aceita. A inveja faz parte da vida, e todos precisam aprender a lidar com ela.

Entretanto, o guerreiro da luz raramente fala dos seus planos. E às vezes as pessoas acham que tem medo da inveja.

Mas o guerreiro conhece o poder das palavras. Ele sabe que, cada vez que falamos de um sonho, estamos usando um pouco da energia deste sonho para nos expressar. E certas pessoas, de tanto falar, gastam a energia necessária para agir.

Um guerreiro da luz escuta seus amigos e aliados, mas não comenta obsessivamente o que pretende fazer. O guerreiro conhece o poder das palavras.